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Entre Pátios

Exposição realizada como projeto final da disciplina Curadoria em Arte / UFRGS (vínculo como aluna especial)

03 a 14 de dezembro de 2019.

Linha - Av. São Pedro, 540 / Porto Alegre, RS.

Fotografias: Carolina A. Forleo

Quando você sentir que o céu está

ficando baixo, é só empurrá-lo e respirar.

Ailton Krenak

 

De que maneira podemos exercitar um olhar atento e paciente em relação à natureza, vivenciando uma temporalidade que privilegie a apreensão dos ciclos e a observação das coisas presentes?   

 

Entre Pátios reúne trabalhos de Marília Bianchini, Antônio Augusto Bueno e Marlies Ritter, artistas que tomam seus jardins como espaço de observação, produção e reflexão. A partir de materiais encontrados na natureza, nos pátios de seus ateliês, seus processos de criação investigam outras maneiras de pensarmos a pluralidade das formas de vida, convocando-nos ao exercício da percepção pautada em um tempo mais dilatado.

 

A exposição é fruto da disciplina Curadoria em Arte, do curso de Bacharelado em Museologia da Fabico/UFRGS, tendo sido pensada e concebida de maneira compartilhada entre alunas, professora e artistas, a partir de uma série de encontros, conversas e visitas a ateliês. Entre Pátios nos convida ao exercício de nos fazermos presentes, evocando a arte como possibilidade de criar respiro, dilatações no tempo, sentidos de vida e de existência. Para ampliar a conversa, uma pequena biblioteca está disponível na exposição.

Entre Pátios, um experimento-exposição

 

O projeto aqui apresentado, fruto da disciplina de Curadoria em Arte (2019/2) do curso de Bacharelado em Museologia da Fabico/UFRGS, é resultado do trabalho coletivo de alunas, professora e artistas que, ao longo do semestre, discutiram, pesquisaram, visitaram ateliês e construíram a proposta curatorial, materializada na exposição Entre Pátios.

Nosso ponto de partida foi a mostra Conversas, integrante da 6ª Bienal do Mercosul (2007), de curadoria geral de Gabriel Pérez-Barreiro. Para essa exposição, foram formados nove núcleos em que um artista, escolhido pelo curador, convidava outros dois artistas que, de alguma forma, dialogassem com o seu trabalho. A partir dessa escolha, o curador selecionava o quarto e último elemento, fechando a conversa.

Aqui, trabalhamos com um único núcleo, formado por três artistas e um quarto componente. Marília Bianchini, artista convocada a iniciar o diálogo, convidou Antônio Augusto Bueno que, por sua vez, indicou Marlies Ritter. O quarto elemento, definido pela curadoria, consiste em uma pequena biblioteca contendo livros e textos que nos acompanharam durante o período de idealização e desenvolvimento do projeto e inspiraram o mesmo, além de outras leituras que complementam a conversa entre os trabalhos e possibilitam a reverberação de algumas das questões abordadas.

Ainda que seus trabalhos não estejam estritamente ligados à temática da natureza - Marília, Antônio e Marlies partem, sobretudo, daquilo que está à disposição no espaço onde atuam -, os três artistas acabam por colocar a natureza em um primeiro plano. Plantas, frutos, sementes, flores. A disponibilidade para a observação, pautada nos tempos da própria natureza, e o exercício de criação a partir daquilo que ela lhes provê são algumas das características que permeiam seus trabalhos e que dialogam com os livros Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak, O homem que plantava árvores, de Jean Giono, e Revolução das plantas, de Stefano Mancuso. As três leituras, que integram nossa biblioteca, provocam reflexões acerca da nossa relação com a natureza, inspirando outras maneiras de se pensar as noções de vida e o exercício da sensibilidade.

Em Entre Pátios, os artistas tiveram um papel crucial no desenvolvimento do projeto, exercitando, sobretudo, a tarefa de olhar para outros trabalhos a partir de sua própria produção. Por essa razão, nossa biblioteca é formada também pelos textos Conversas, de Alejandro Cesarco e Gabriel Pérez-Barreiro, e O ateliê do artista, de Marisa Flórido Cesar. Na primeira leitura, percebemos como a proposta curatorial, estruturada a partir de conversas e convites realizados pelos artistas, evidencia a importância dessas associações para a criação de contextos e possibilidades de leitura das obras de arte. Já o artigo de Marisa Flórido Cesar aborda a relação do artista com seu ateliê, sublinhando diferentes dinâmicas e papéis que esse espaço pode desempenhar a partir das relações que ali se estabelecem.

Artistas convidados: Antônio Augusto Bueno, Marília Bianchini e Marlies Ritter.

 

Curadoria, execução e mediação:  Anelise Maria Spinato Torresini, Bruna Patrícia Martin de Abreu, Carolina Araujo Forleo, Elis Assumpção, Isadora Heimig, Jade Mendes dos Santos, Lívia Marília de Oliveira Bordignon, Marceli de Castro Gonsioroski, Sofia Perseu, Susete Cavalcanti e Vera Conceição Cruz Quintana

Orientação: Professora Fernanda Albuquerque (FABICO/ UFRGS)

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